Diáspora Africana pelas Américas

Diáspora Africana pelas Américas
Aline Chermoula. Foto: Bruno Geraldi/CLAUDIA

Aline Chermoula resgata suas ancestralidades e traz uma cozinha repleta de cores, sabores e aromas

Nascida em Feira de Santana, na Bahia, Aline Chermoula se mudou com os pais para a capital paulistana com apenas 1 ano. Começou a trabalhar na cozinha profissional aos 16, numa rede de fast food. Em seguida, atuou em diferentes bares e restaurantes espalhados pela cidade; ganhando cada vez mais experiência e aprendendo na prática como é o dia a dia de um chef de cozinha. 

Aos 19 anos, ingressou na faculdade de História, apaixonada pela área de pesquisas. Ainda assim, encantada com tudo que envolve o preparo de alimentos, decidiu também prestar Gastronomia, e começou uma nova faculdade aos 23.

Logo depois de formada, Aline foi sous chef do Bourbon Street, casa de shows inspirada na cultura de New Orleans. “A comida do Sul dos Estados Unidos tem uma herança africana muito presente. Foi de fato quando eu comecei a refletir mais sobre a questão diaspórica”.

Unindo a gastronomia à pesquisa, começou a estudar sobre a imigração forçada dos africanos para os países da América para que fossem escravizados. Com uma cozinha de resgate e resistência, Aline busca o que há de africano nas comidas que temos nas Américas. Ou seja, “destacar, a partir de ingredientes, técnicas e das mãos que prepararam a comida, que nós temos uma culinária diaspórica no Brasil”.

Recentemente, ela criou o Chermoula Cultura Culinária, um serviço de buffet cujo objetivo é, principalmente, trazer a cozinha ancestral, repleta de afeto, cores, sabores e aromas. “Quando o público encontra a minha comida, percebo que sente o alimento como algo que veio para curar as feridas; todo o preconceito e o racismo que foi construído ao longo do tempo. O alimento nutre o corpo, mas também traz um conteúdo cultural sobre o povo”.

“Para o meu empreendimento, eu queria um nome que honrasse as mulheres, então tinha que ser um nome feminino. E eu queria um nome que tivesse referência africana”. Foi quando encontrou o Molho Chermoula, comum principalmente nos países ao norte da África.

Composto por ervas frescas e especiarias como cravo, canela e pimenta, bem como também por cominho, grão de coentro, cebola e alho. “Tem um sabor espetacular. Não é forte, nem super apimentado. Tem o equilíbrio de todos os sabores, e combina com tudo, não só com carne, peixe, ou frango, mas também com salada e até com a feijoada”.

Não à toa, batizou sua empresa com o nome do molho, que faz sucesso por onde ela passa!! Veja a receita aqui.


Aline no IG: @alinechermoulaoficial

Fotos destaque: Bruno Geraldi/CLAUDIA

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