Andréa Tinoco

Andréa Tinoco
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Apaixonada pelo comfort food, Andréa Tinoco é hoje uma das mais respeitadas chefs do Rio de Janeiro

É difícil resistir ao poder da comida afetiva. O bolo de fubá da sua avó, a macarronada do domingo em família e a feijoada preparada pela sua mãe. São aquelas receitas que lembram a infância, te dão aconchego e resgatam memórias de tempos felizes. E é isso que você encontra a cada garfada nos pratos de Andréa Tinoco.

Natural do Rio de Janeiro, aos 13 anos ela se mudou para Lisboa. “Eu era muito curiosa, sempre gostei de comer. Aprendia as comidas diferentes das que estava acostumada a comer no Brasil”. A principal delas era o bacalhau, prato típico de Portugal. Andréa recorda a surpresa em ver as pessoas consumindo o peixe regularmente no dia a dia, enquanto no Brasil era mais comum apenas durante as festividades de final de ano. Além do país europeu, ela também passou alguns anos em Buenos Aires, na Argentina, explorando novos sabores e técnicas culinárias.

Quando retornou ao Brasil, aprendeu muito sobre cozinha com a avó. Mas decidiu seguir o caminho da Advocacia. “Para mim, a gastronomia era um bico, um hobby”. A fim de ganhar uma renda extra durante a faculdade, teve a oportunidade de trabalhar com um dos mais importantes chefs da gastronomia brasileira, José Hugo Celidônio. Assim, aprendeu as técnicas de preparo na prática, com cursos oferecidos pelo próprio chef. Depois de formada, recebeu um convite de Celidônio para assumir a cozinha do Clube Gourmet. Logo depois, abriu os seus dois primeiros restaurantes, o Rancho Inn, em 1990, e o Pato com Laranja, em 1993.

E eles foram exemplo de sucesso. “[Meu objetivo era] poder proporcionar uma comida boa, com preço acessível, principalmente porque eu estava no Centro da cidade. Era uma comida que você encontrava nos melhores restaurantes, mas servida de uma forma mais informal. Eu acho que esse foi o grande sucesso do Rancho Inn”, que teve suas portas abertas por 28 anos.

Além dos cursos no antigo Clube Gourmet, Andréa também frequentou a prestigiada escola Le Cordon Bleu em Londres, na Inglaterra. “Além disso, estava sempre comprando muitos livros, lendo bastante e testando receitas”, explica.

Recentemente, dezoito anos após encerrar as atividades de um de seus famosos restaurantes, Andréa decidiu retomar a marca do Pato com Laranja. Mas agora, como um gastrobar. Localizado em Ipanema, o estabelecimento segue o clima de praia, descontraído e informal. Oferece, sobretudo, pratos contemporâneos como atum selado com molho teriyaki, acompanhado de burê de baroa com nirá. Mas lá você também encontra um sushi bar com menu dediado à culinária japonesa.

Mas você também encontra a Andréa nos restaurantes dos clubes Paissandu e dos Caiçaras. Ademais, ela oferece um serviço de buffet para eventos variados, cujo menu padrão pode ser personalizado conforme a vontade do cliente. 

E se você acha que elaborar novas receitas é algo complicado, está enganada. Ela conta que coloca no cardápio aquilo que está com vontade de comer, “porque se eu tenho vontade de comer, outros também terão”. A receita é acrescentada ao menu como Sugestão do Chef e, se faz sucesso entre os clientes, entra no cardápio fixo.

Com mais de 20 anos de experiência na área, o amor que ela sente cercada das panelas e do fogão ainda é o mesmo, se não mais forte. “Para mim, o meu trabalho é o que eu mais gosto de fazer, não gostaria de parar”, afirma Andréa, que com uma cozinha versátil e acolhedora é hoje uma das chefs mais respeitadas do Rio de Janeiro.


Siga a Andréa: @tinoco_andrea

Fotos: Beto Roma

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