Conheça a Olga Ri, startup de delivery de saladas que quer democratizar o acesso à alimentação saudável

Conheça a Olga Ri, startup de delivery de saladas que quer democratizar o acesso à alimentação saudável
Foto: Reprodução/Instagram

Cristina Sindicic nunca tinha pensado em criar o próprio negócio, muito menos na área da gastronomia. Arquiteta por formação, tinha um emprego estável, salário fixo e estava satisfeita com sua escolha profissional. Mas tudo mudou em 2016, quando seu irmão Bruno decidiu empreender e convidou a irmã e a amiga Beatriz Samara para fazerem parte da nova empresa: uma foodtech – nome dado às startups que criam soluções para o setor alimentício – de delivery de saladas prontas ou montadas para clientes residenciais e corporativos.

Por que saladas? Esse era um denominador comum presente em todas as refeições dos irmãos Sindicic, da infância à vida adulta. “A gente sempre teve uma relação muito boa com salada. Na escola, amigos levavam vários salgadinhos e guloseimas de lanche. A gente comia pepino, tomate e cenoura”, relembra Cristina.

Ela não precisou pensar muito na proposta de Bruno. Confiava na qualidade do produto e na capacidade de o irmão, formado em administração de empresas pela FGV-SP, tocar o negócio. “Ele percebeu que o delivery saudável era uma tendência muito forte nos Estados Unidos, mas que o Brasil ainda tinha uma carência grande no setor.”

A inspiração foi a Sweetgreen, uma empresa com sede em Los Angeles que oferece um menu de saladas entregues via delivery ou nos pontos de retirada. No último mês, a companhia fez sua estreia na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse) e levantou US$ 364 milhões na Oferta Pública Inicial (IPO).

Do outro lado dessa parceria estava Beatriz, que também já tinha sido picada pelo bichinho do empreendedorismo. Aos 18 anos, ela fazia brigadeiros e vendia para amigos e familiares. Chegou, inclusive, a ter uma encomenda com mais de 1.000 unidades para um casamento.

Cada um investiu R$ 10 mil para lançar a empresa e, assim, nasceu a Olga Ri, anteriormente chamada Casa Buon Gusto. Hoje, a startup cresce mais de 100% ao ano, atende mais de 10 mil clientes por mês e fecha 2021 com R$ 20 milhões de faturamento.

Modelo de negócio

“Empreender sem ter experiência no setor foi muito difícil. O Bruno era sócio, nos dava os direcionamentos, mas no começo ele ficava mais à distância, porque ainda trabalhava no mercado financeiro. Então, quem tocava o dia a dia era eu e a Bia. Tive que aprender tudo do zero”, diz Cristina, que além de cofundadora é diretora de marketing da Olga Ri.

Desde o início, a preocupação era conseguir bons fornecedores e ingredientes sazonais. Para isso, contaram com o apoio da mãe, que tinha uma marca de conservas artesanais e contato com diferentes fornecedores em São Paulo. A foodtech começou a operar numa pequena cozinha na região do Vila Olímpia. Depois, abriu unidades no Jardins, Santana, Lapa e Mooca, todos na capital paulista.

Os espaços funcionam como cloud kitchens, cozinhas em galpões estruturadas exclusivamente para atender o delivery, sem lojas físicas abertas para o público. Elas têm de 200 m² a 300 m² e custam cerca de R$ 700 mil cada.  “A vantagem é que não precisamos estar num ponto central e o Capex – investimentos em bens de capitais – é mais barato”, explica Cristina.

Ainda assim, ela reconhece que o modelo também tem os seus desafios. “A gente acaba ficando um pouco distante do cliente. Então, trabalhamos muito para construir uma marca que converse com a Geração Z e os Millennials.”

Estratégias

“Se a sua empresa não tem um propósito, dificilmente vai conseguir conversar e se conectar com o público jovem”, diz Cristina. A empreendedora observa que, mais do que os produtos em si, os consumidores estão cada vez mais preocupados em saber as motivações por trás do negócio.

É por isso que no blog da Olga Ri, os leitores encontram conteúdos sobre diversidade e sustentabilidade, como as publicações Equidade salarial existe? Onde estamos e o que fazer para melhorar” e Búfalas felizes produzem leite de qualidade 🙂.

Como identidade de marca, eles pensaram em um nome forte e feminino. Olga. Ao mesmo tempo, queriam fugir dos termos já batidos, como “fresh” e “green”. O “Ri” veio das sensações que os empreendedores queriam passar com as saladas. Sorriso. Dinamismo, leveza e alegria, que também estão refletidos na paleta de cores fortes e vibrantes.

Para escalar as operações, a companhia conta com um time de investidores de peso. Entre eles, o fundo Kazsek e a gestora brasileira Arbor Capital. Completam a lista nomes como Renato Fairbanks Ribeiro, ex-membro do conselho do Burger King Brasil; André Jereissati, da família controladora da JCC; e o cineasta Fernando Meirelles.

Hoje, a Olga Ri atende em um raio de 8 km das cloud kitchens. Os planos são abrir novas unidades em São Paulo, acompanhadas da primeira loja física da empresa. Além disso, a startup espera dar início à expansão no Rio de Janeiro em 2022.


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