Pão de família

Pão de família
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Laís Vieira, de 31 anos, é apaixonada por pães desde criança, e pegou o gosto pela cozinha com a ajuda da avó

Se tem um alimento pelo qual Laís Vieira é apaixonada, é o pão! Desde criança já era apaixonada por aquele cheirinho de fermento, o barulhinho do pão crocante e o gosto delicioso da massa feita em casa. “Achava a minha avó uma mulher especial, por fazer pães tão maravilhosos. Ela sempre deixava um pouquinho de massa de pão para que eu e meu irmão amassássemos junto com os pães dela”.

E assim a tradição foi passada de vó para neta. Criada em uma família em que todo mundo gosta de cozinhar, pegou o gosto ainda pequena, por volta dos dez anos. “Claro que eu era um desastre, mas dava o meu melhor”. Seja a mãe, os tios, ou a querida vó Chica, aprendeu muito do que sabe observando os outros cozinharem.

Apesar de gostar de cozinhar, Laís passou a adolescência decidida de que iria estudar Moda. Mas foi só chegar a hora de fazer o vestibular, que ela percebeu que sua verdadeira paixão era  a gastronomia. “Então, há cerca de dez anos, comecei a levar o gosto pela cozinha mais a sério”

Primeiramente, sua ideia era fazer faculdade de gastronomia. Mas – natural de Campinas do Sul/RS – não havia na região nenhuma opção de graduação. Por isso, optou pelos cursos profissionalizantes na área da panificação e confeitaria. “É a minha paixão”. 

Inspirada por Rogério Shimura e Izabela Tavares, ela fez diversos cursos de panificação artesanal na Levain Escola de Panificação, na cidade de São Paulo. Além disso, participou de cursos de confeitaria no Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, onde mora atualmente.

Hoje, Laís fornece pães para restaurantes, cafeterias e lanchonetes, e trabalha com a produção diária da Fruteira Cimarosti Av. Brasil. “Também tenho um cardápio especial de encomendas”. Em 2020, ela começou a ministrar Workshops de Panificação e Confeitaria na cozinha de sua casa, aos finais de semana. “Estou apaixonada por ensinar, e pretendo expandir os negócios nesse sentido, ampliar as aulas e explorar mais o meu lado professora”.

“Amo muito o que eu faço. Me sinto tão bem, que gostaria que o máximo de pessoas possível sentisse o mesmo [que eu sinto] pelo menos uma vez na vida”.

Talvez o caminho que traçou tenha sido coincidências da vida. Vai ver não prestou Moda por obra do destino. Talvez tenha se especializado em panificação só porque esses foram os cursos que encontrou para estudar na época. Mas – seja quais forem as leis da vida – Laís reconhece que, no fundo, a grande motivação sempre foi homenagear a avó Chica. “Por isso optei pela panificação, e por ela me desafio a cada dia para ser a melhor Padeira”.

Hoje, porém, a vó Chica está com Alzheimer, e não se lembra das receitas que tanto fascinavam seus netos. Mas a semente da tradição continua, toda vez que Laís se dirige à cozinha e, literalmente, coloca a mão na massa.


Siga: @padeiralaisvieira

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